quinta-feira, 16 de março de 2017

A galinha dos ovos de ouro

"Você pode conseguir tudo o que quiser na vida, desde que ajude um número suficientemente grande de pessoas a conseguirem o que elas querem." [Zig Ziglar]




Quando eu era criança, minha mãe me contou uma fábula que ficou indelevelmente gravada no meu cérebro: A galinha dos ovos de ouro.

A história era mais ou menos assim...

João era uma pessoa muito pobre, que vivia em um sítio fora da cidade. Criava galinhas, que lhe garantiam subsistência com a venda dos ovos e também tinha uma pequena horta, mas pouco dali era comercializado.

Um dia, ao recolher os ovos, João notou que um deles pesava muito. Pensou que estava estragado e quase o jogou fora sem olhar o que tinha dentro. Mudou de ideia e abriu o ovo... Quase não conseguiu acreditar: era de ouro maciço!

João ficou tão entusiasmado, que resolveu quebrar todos os outros, na esperança de encontrar mais ouro, mas só havia aquele mesmo. Então, ele imediatamente levou o ovo até a cidade e o vendeu por uma boa quantia ao ourives.

No dia seguinte, João encontrou dois ovos de ouro e também os vendeu. Como já estava com um bom montante, resolveu comprar uma casa na cidade e também um carro e passou a ir ao sítio apenas para apanhar os ovos de ouro, jogando os demais fora.

Como já estava praticamente rico, ele passou a ir cada vez menos ao sítio e ficava torrando o dinheiro fácil que ganhou com os ovos de ouro. O problema é que João não sabia lidar direito com o dinheiro e logo começou a perdê-lo rapidamente, acabando endividado. Mas ele ficou tranquilo, pois bastava ir ao sítio e apanhar mais ovos de ouro. Aquilo era uma situação temporária...

Ao chegar ao sítio, encontrou todas as suas galinhas mortas, pois ele se esqueceu de alimentá-las.

Creio ser desnecessário dizer qual é a moral dessa fábula...

Lembrei-me da história acima quando li, ainda em 2015, algumas matérias sobre refrigeradores solidários ou comunitários (leia aqui e aqui). O refrigerador é abastecido por comerciantes e moradores locais, com água, refrigerante, sucos, frutas e iogurte. Na Europa, essa ideia se espalhou por vários países.

No Brasil houve algumas tentativas de se implementar a ideia por aqui, mas no final do ano passado vi uma reportagem falando sobre o furto de um refrigerador comunitário, que já havia se tornado quase inútil, pois o número de pessoas que "tiravam" era muito maior do que as que colocavam alimentos e bebidas nele.

Por que o Brasil tem essa "cultura"; essa mentalidade puramente extrativista?

Gostaria de deixar uma provocação: (já que galinhas que põem ovos de ouro não existem) se a maioria pensasse como você, por quanto tempo uma geladeira comunitária permaneceria no local em que foi instalada, cumprindo o seu papel?

Abraços.
MGA