sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Por que os países sofrem com a crise financeira?

Vivemos no curto prazo, sem planejar o amanhã. Devemos buscar soluções sem ficar incentivando uma guerra entre as classes sociais. Temos de desenvolver propósitos de longo alcance, oferecendo às novas gerações oportunidades para uma vida de realizações e aprendizado.

Por Benedicto Ismael C. Dutra, www.administradores.com.br

O dinamismo dos negócios levou os humanos ao invento do dinheiro que, ao longo dos séculos, foi tendo sua forma de utilização aprimorada para melhor desenvolver a produção e a circulação de bens. É lamentável, mas não demorou muito para que os astutos buscassem fórmulas de tirar proveito e obter ganhos através de manobras especulativas.

No seu afã de dominar passaram a buscar vantagens, cobrando juros extorsivos ou se aproveitando do câmbio para o aumento das exportações. O objetivo de produzir para exportar e fazer reservas em moedas fortes, sempre teve como maior entrave a valorização da própria moeda.

Na convenção de Breton Woods, realizada após a 2ª Grande Guerra, foi estabelecida uma equivalência entre o dólar e o ouro que permaneceu valendo até 1971. No entanto, ainda não fomos capazes de estabelecer um padrão de convivência para a diversidade de moedas e assim temos vivido de crise em crise.

A chamada crise europeia é muito mais do que isso. É uma crise global decorrente da falta de consideração à lei natural do equilíbrio que visa a conquista da prosperidade e da paz. Um planejamento responsável exige dos governos compenetrados de suas responsabilidades o equilíbrio nas contas públicas, internas e externas.

O economista Adolfo Wagner observou que os gastos dos governos crescem mais do que o aumento da produção interna. O lamentável dos constantes desequilíbrios nas contas é que acarretam déficits cuja cobertura depende de financiamentos no mercado financeiro, gerando as chamadas dívidas soberanas transferidas de governo para governo.

Além disso, os governantes devem assegurar adequado ordenamento cambial e o planejamento, em conjunto com os empreendedores, dos itens apropriados para o comércio exterior - o que importar e o que exportar - sem que isso provoque desequilíbrio na produção e empregos, principalmente agora quando a população mundial ultrapassou a marca dos 7 bilhões.

Temos tantas reuniões do G-7, do G-20, Fórum Econômico, Reunião dos Bancos Centrais, mas ainda estamos longe de encontrar o equilíbrio, pois as condições dos relacionamentos comerciais e financeiros só têm feito se agravar.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christina Lagarde, disse em 9 de novembro, em Pequim, que a Ásia também poderia sofrer com a crise econômica europeia. A chefe do FMI aconselha a China a valorizar sua moeda e alerta para o risco de espiral de instabilidade financeira mundial.

Vivemos no curto prazo, sem planejar o amanhã. Devemos buscar soluções sem ficar incentivando uma guerra entre as classes sociais. Temos de desenvolver propósitos de longo alcance, oferecendo às novas gerações oportunidades para uma vida de realizações e aprendizado.

Parodiando a chanceler alemã Angela Merkel, poderíamos dizer que é tempo de um salto para a construção de um "mundo" mais harmônico e em equilíbrio. Os líderes governamentais precisam por em ação as suas qualidades humanas para buscarmos a construção de um mundo mais humano, com paz e prosperidade.

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