terça-feira, 29 de novembro de 2011

Mercosul é mercado potencial para micro e pequenas empresas

Durante os dias 1º e 2 de dezembro, em Curitiba, será realizado o 3º Encomex Mercosul; reajuste do teto do Simples Nacional, que passa a valer em 2012, deve incentivar processo de exportação para empreendimentos de pequeno porte.

Sebrae/PR

O acesso ao mercado externo é um desafio para empresários de micro e pequenas empresas que, para conquistar clientes internacionais, precisam de preparação e, principalmente, planejamento para fechar parcerias comerciais no exterior. O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um canal de comercialização que deve ser avaliado como potencial, por empresários paranaenses.

A experiência de duas décadas do Mercosul, cujo o processo para promover uma integração regional e comercial teve início em 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção pelos governos da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, estará na pauta de discussão do 3º Encontro de Comércio Exterior do Mercosul – 3º Encomex Mercosul, que será realizado nos dias 1º e 2 de dezembro, em Curitiba.

O evento, promovido pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com patrocínio do Sebrae, também visa debater com autoridades e especialistas quais são as projeções e planejar os próximos 20 anos do bloco econômico. No Encomex Mercosul, serão realizados painéis com a participação de ministros dos países-membros do Mercosul e autoridades, além de oficinas setoriais e temáticas e, ainda, um encontro de negócios.

Toda a programação acontece na Universidade Positivo, das 9 às 18 horas.

Os palestrantes debaterão maneiras de facilitar o comércio entre os países do bloco econômico e tratarão de temas específicos, entre eles, crescimento econômico, inovação, competitividade, câmbio, mecanismos de financiamento e negociações com terceiros países.

O Sebrae terá um estande no evento. Consultores vão orientar os empresários de pequenos negócios sobre mecanismos de acesso ao mercado internacional e quais soluções a entidade dispõe para contribuir na qualificação de empresas que visam exportar.

Na quinta-feira, dia 1º, o gerente da Unidade de Inovação e Competitividade do Sebrae/PR, Agnaldo Castanharo, participa do painel "Inovação como Diferencial Competitivo", às 14 horas. Para debater o tema, também foram convidados o secretário de Inovação do MDIC, Nelson Akio Fujimoto; o secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Vigílio Augusto Fernandes Almeida; o diretor do Centro Internacional de Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Filipe Cassapo; o secretário-executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI), Naldo Dantas; e o diretor-presidente da empresa Prati-Donaduzzi, Luiz Donaduzzi.

Ainda na quinta-feira, o especialista em Relações Internacionais e Comércio Exterior do Sebrae, Gilson Honorato, será o moderador na oficina setorial e temática "Inserção Competitiva de Micro e Pequenas Empresa em Mercados Internacionais", com início às 16h05.

Na oficina participam o presidente da Asociación Civil Cámara de Emprendedores de la Región Iguazú (CAEMPRI), da Argentina, Ricardo Arturo Brizuela; Melina Burgos Quiñones, diretora de Promoção de Iniciativas Empresariais e Associativas da Dirección General de la Micro y Pequeña Empresa y Cooperativas, do Peru; e Fernando Espíndola, gerente da Plataforma de Cooperação Técnica com Sebrae e Desenvolvimento Empresarial, da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu - Paraguai.

As entidades, que têm atuação em processos de cooperação institucional e empresarial com Brasil por meio do desenvolvimento de micro e pequenas empresas, são aliadas do Sebrae no trabalho desenvolvido no Centro de Desenvolvimento de Tecnologias para a Integração Transfronteiriça de Micro e Pequenas Empresas do Mercosul e América Latina (Sebrae CDT-AL).

Com uma iniciativa do Sebrae Nacional, executada pelo Sebrae/PR, o Sebrae CDT-AL atua para fortalecer os laços de integração, cooperação e transferência de tecnologias em favor das micro e pequenas empresas do Mercosul e América Latina.

Oportunidades no exterior
Segundo dados do Sebrae, a participação de micro e pequenas empresas no volume de exportações brasileiras é essencialmente tímida, cerca de 2% do total. Para o consultor do Sebrae/PR, Marcos Uda, o montante negociado no exterior é baixo por uma série de fatores.

"Entre eles está o receio dos empresários em negociar em mercados estrangeiros. Questões como a legislação dos países, as taxas de tributação, as barreiras comerciais interferem. O empresário precisa avaliar as características do país que pretende exportar e ter cuidado, porque para uma negociação dar errada no mercado externo é muito fácil", afirma Marcos Uda.

O consultor do Sebrae/PR salienta que a medida do Governo Federal em reajustar 50% as faixas de enquadramento e o teto da receita bruta anual das empresas do Simples Nacional (microempresa passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil e o da pequena sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões), sancionada pela presidente Dilma Rousseff, no dia 10 de novembro, terá impacto para as empresas exportadoras e se caracteriza como um incentivo para os pequenos negócios.

"As empresas terão o limite de receita bruta anual duplicado. Ou seja, as suas vendas para o mercado externo poderão chegar ao mesmo valor do faturamento bruto anual no mercado interno. O que acontecia antes era que muitas empresas passavam a reter suas exportações para não sair do Simples, sistema de tributação mais vantajoso. A ampliação do teto foi um avanço", avalia.

A mudança, que passa a valer em janeiro de 2012, é mais um passo para fomentar a geração de negócios no mercado externo. Para Marcos Uda, os empresários de micro e pequenas empresas devem avaliar algumas alternativas como a criação de consórcios exportadores, modelo que envolve operações de mais de um empreendimento, para ingressar no mercado externo.

Ainda durante o evento, serão divulgados os dados da balança comercial do mês de novembro e do acumulado do ano. "São informações importantes para os empresários terem condições de avaliar quais sãos os principais produtos exportados, se são commodities ou não, e para quais países os produtos são exportados. A divulgação dos dados é um balizador para quem pretende investir no mercado internacional", completa Marcos Uda.

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