sexta-feira, 29 de julho de 2011

Organizações lançam campanha "Fim aos Paraísos Fiscais"

Depois que o dinheiro sai dos paraísos a legalidade não é mais questionada.

Por Redação, www.administradores.com.br

Fonte: http://www.google.com.br/imghp

Mais de 50 organizações de todo o mundo lançaram nesta semana a campanha "Fim aos Paraísos Fiscais". O objetivo é exigir que os líderes do G20 adotem medidas para requerer que empresas publiquem o lucro verdadeiro que obtêm, principalmente em países em desenvolvimento, e que paguem os impostos devidos, deixando de usar os artifícios que ajudem na sonegação. Parte desses artifícios são justamente o envio do lucro não declarado para paraísos fiscais. Depois que esse dinheiro sai dos paraísos a legalidade não é mais questionada. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) é o responsável pelo movimento no Brasil.

Pesquisa do "Global Financial Integrity", baseada em Washington-DC, e uma das integrantes da campanha, afirma que "existe uma relação forte entre a sonegação fiscal no mundo e os depósitos nos offshore e paraísos fiscais". Nestes últimos, não há nenhuma transparência ou troca de informações, enquanto que nos offshore a regulação é baixa ou moderada.

"Nem todo o dinheiro depositado nos paraísos fiscais tem origem ilícita e nem todo o dinheiro sonegado vai para os paraísos fiscais. Justamente por não haver troca de informação entre parte dos países a respeito dos depósitos em contas bancárias não existe um número exato de quanto do dinheiro sonegado no Brasil vai para os paraísos fiscais", afirma Lucídio Bicalho, assessor político do Inesc.

Porém, o fluxo financeiro entre o Brasil e os paraísos fiscais é grande. Segundo dados do Banco Central do Brasil o investimento brasileiro direto no exterior divididos em participação em capital e empréstimos intercompanhias em 2007, 2008 e 2009 foi,respectivamente, de US$190,2 bilhões, US$ 204,0 bilhões e US$ 214,0 bilhões.

Os paraísos fiscais estão entre os destinos preferenciais dos investimentos brasileiros diretos na forma de participação em capital. Só em 2009, foram enviados US$ 18,3 bilhões para as Ilhas Cayman, US$ 13,3 bilhões para as Ilhas Virgens Britânicas, US$ 10,2 bilhões para as Bahamas e US$ 4,3 bilhões para Luxemburgo.

Com relação aos empréstimos intercompanhias que partiram do Brasil, as Ilhas Cayman aparecem no topo entre os destinos. De 2007 a 2009, elas receberam 88% do total desse tipo de investimento (28 vezes o que seguiu para os EUA).

As informações são da assessoria do Inesc
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